‘Sully’, com Clint Eastwood e Tom Hanks

O fato de que Clint Eastwood deverei estar com um novo filme deve ser um evento para qualquer cinéfilo. Verdade que nem sempre acerta no alvo, mas o seu cinema sempre é interessante. Além disso, no caso de ‘Sully’ conta com o incentivo adicional de ser a sua primeira colaboração com Tom Hanks. Para isso, foram com base em um excepcional caso real que foi muito comentado há apenas sete anos, e falando de anos, atenção a video porno xxx.

‘Sully’ chega a Portugal esta próxima sexta-feira, 5 de novembro com um atraso de quase dois meses desde sua estreia nos Estados Unidos no dia 9 de setembro. Lá tem funcionado muito bem na bilheteria -apenas no país onde foi internado mais de 122 milhões de dólares, quando o seu orçamento foi de apenas 60 – e também tiveram uma recepção calorosa por parte da crítica -é o seu trabalho mais valorizado do ‘Cartas de Iwo Jima’ (‘Letters From Iwo Jima’).

Um argumento interessante

Em 15 de janeiro de 2009, o mundo foi testemunha de “O milagre do Hudson”, quando o Capitão – “Sully” Sullenberger fez amerizar seu avião avariado sobre as águas geladas do rio Hudson, salvando a vida de 155 pessoas a bordo. No entanto, mesmo quando Sully estava sendo aclamado pelos cidadãos e os meios por sua inusitada, fato que demonstrava sua habilidade como piloto, se desenvolve uma investigação que ameaça destruir sua reputação e sua carreira.

Muito tem chovido desde que Clint Eastwood sua estreia como diretor em 1971 com “Calafrio na noite’ (‘Play Misty for Me”). Quando estreou já contava com 41 anos de idade e desde então tem lançado 34 longas-metragens em 45 anos. Não chega ao nível de regularidade indicada por Woody Allen, mas trata-se de uma cifra ao alcance de muito poucos realizadores.

É verdade que ‘Sem Perdão’ (‘Armageddon’), que levou a estatueta dourada reservada ao melhor diretor do ano, marcou um antes e um depois em sua carreira, mas anteriormente já havia estreado títulos tão lembrados como ‘Rota suicida’ (‘The Gauntlet’), ‘O cavaleiro da morte’ (‘Pale Rider’) ou ‘O sargento de ferro’ (‘Heartbreak Ridge’).

Mais de uma década depois de ‘Sem Perdão’ viria a ganhar o Oscar de melhor diretor com ‘Million Dollar Baby’, apenas um ano depois de ver como Peter Jackson impedia a sua vitória com ‘Mystic River’. Posteriormente, voltou a ser candidato por ‘Cartas de Iwo Jima’ e ‘the sniper’ (‘American Sniper’). As primeiras piscinas dizem que não vai conseguir de novo com o ‘Tu’, mas nunca se deve descartar a música de abertura.

Chama a atenção que Tom Hanks, um dos atores mais queridos pelo público americano e com uma carreira longa e variada em suas costas -espero que volte a fazer, algum dia, uma comédia em linha de seu início, em títulos como ‘Esta casa é uma ruína’ (‘The Money Pit’), o ‘Big’ ou ‘Não matarás… o vizinho’ (‘The ‘Burbs’), que há pouco bordou em sua passagem pelo ‘Saturday Night Live’-, não tivesse trabalhado antes com Eastwood.

Vencedor de dois Oscar, e de forma consecutiva por ‘Philadelphia’ e ‘Forrest Gump’ -anteriormente havia sido indicado por ‘Big’ e voltaria a fazer isso, embora sem prêmio, por “o resgate do soldado Ryan’ (‘Saving Private Ryan’) e ‘Naúfrago’ (‘Cast Away’), atualmente temos também em cartaz com a deficiente ‘Inferno’ e dentro de pouco lançado ‘The Circle’, um thriller de ficção-científica em que partilhou negócio com Emma Watson.

Eduarda Castilho Mieiro